quarta-feira, 10 de junho de 2009

Concepção geral e espaço cénico

A apresentação destes «Retratinhos» é vocacionada para espaços museológicos, bibliotecas, auditórios, em articulação com os respectivos Serviços Educativos, bem como, para itinerância em circuito escolar, adaptando as sessões a cada novo espaço de acolhimento.

Em termos formais, estes «Retratinhos» querem-se «minimais» e intimistas. Nessa perspectiva, as sessões não possuem qualquer elemento cenográfico, delegando no trabalho de interpretação (e recorrendo a um ou outro adereço de relevante carga simbólica) a tarefa de criação de imagens capazes de evocar o retratado e a sua mundividência, apostando na expressividade dos dois intérpretes designados para cada uma das sessões (actores, bailarinos, músicos, artistas plásticos, etc.). Pretende-se, portanto, promover o encontro de diversas práticas artísticas, numa perspectiva de contaminação entre diferentes formas de expressão, com o objectivo de dotar o teatro de novos mecanismos de representação.

A sala designada para a apresentação coincide com o espaço cénico, e para aquela especificamente pensado. As propostas de encenação de cada espectáculo, entregues a diferentes encenadores, terão sempre em conta, no decorrer do processo de criação, a necessidade de construir objectos artísticos simples (nunca simplificados), apostando num despojamento que visa centrar a atenção dos espectadores no trabalho dos intérpretes, viabilizando a possibilidade destes espectáculos poderem ser apresentados em qualquer espaço (interior, convencional ou não-convencional, ao ar-livre...).

Tratam-se de propostas que recusam o recurso "fácil" ao artifício, numa espécie de teatro pobre, apostado no estabelecimento de uma relação (cada vez mais próxima) com o espectador.

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